terça-feira, 3 de julho de 2012

Sentada no balanço da varanda, na calada da noite, cabelos ao vento. Da mesma maneira que aquela brisa parecia varrer suas dores, varria também seu ânimo. Queria estar em qualquer lugar, mas não ali, assistindo uma tempestade de emoções e confusões sentada em um balanço. Ah, esse balanço! Bem que poderia balançar sua vida inteira, não apenas seu corpo, que nada mais era do que uma casca para segurar sua alma, já que esta gostaria de sair por aí, flutuando a noite inteira. Queria visitar o paraíso, queria dançar, queria o mundo, queria viver de sonhos. Fechava os olhos e se imaginava voando como borboleta, sonhando com um mundo cor-de-rosa. As estrelas brilhavam tão lindamente, e ela estava perdida. Ultrapassou limites que não podia, mudou o que não devia. Estava perdida. Estava esperando. Esperando. Esperando... Estava sozinha e esperando. Tinha o que queria, mas não tinha o que precisava. Cansada demais para se deixar ir, para esquecer, para arriscar. Mas quem não arrisca não petisca. Era preciso tentar. Era preciso achar a chave certa para abrir aquela porta. Fugir deveria ser simples, ser fácil. Mas não era. Nunca foi. Talvez por se importar demais com os outros. Talvez por ter medo de se arrepender depois. Resolveu esperar. Esperar alguma luz, algum brilho que a acendesse. Fechou os olhos e balançou. Seu coração batia forte, estava correndo; correndo e pensando. Estava com medo. Olhou para cima, para o brilho da noite. Todos estavam sob o mesmo teto. Ela não ia parar agora.




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